quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Alô, Majestade! Chegamos em Santana!

Alô, Majestade! Aqui, quem fala é o Pero. Pero Vaz de Caminha! Adivinhe onde estamos. Não, senhor... Não estamos no Hawaí. Chegamos numa terra chamada Santana, localizada no extremo norte do Brasil. Vou ser breve, Majestade, porque estou no celular de um nativo aqui dessa linda terra e não vou acabar com nosso ouro só em conta de celular, ne?! O capitão Pedro Álvares esta lhe mandando um abraço.
Aqui nessa terra tem coisas bonitas, mas tem muita coisa engraçada também. Os nativos ficaram espantados com a nossa chegada pelo rio-mar que eles chamam de Amazonas. E mais espantados ficaram, Majestade, quando o capitão teve a coragem de atracar nossas naus no Porto de Santana. Ao invés de acharem que nós éramos deuses, acabaram achando que éramos loucos. O Porto fede de tanta sujeira e a primeira impressão que tivemos é a de que esse povo daqui precisa de Vossa majestosa mão para viver melhor.
Depois que desembarcamos, nos deparamos com cenas intrigantes. Não dá pra saber ainda, Senhor Rei, se estamos em terra civilizada ou selvagem. Tem automóveis importados pra todo canto, internet, telefone celular brincando de pira, mas ficamos tristes de ver que ainda tem gente que morre de malária e de dengue. E está cheia de criança barriguda de tanto verme. Pior é que o único hospital daqui funciona muito mal...
Se já encontramos o chefe? Olha, rei, está meio complicado, porque aqui tem muito cacique pra pouco índio... O senhor esta rindo, Majestade? Juro que meu relato é de verdade.
Acho que não será difícil de colonizar essa terra. O povo daqui é pacifico. E os políticos daqui sabem disso, Majestade. De quatro em quatro anos vão às ruas fazer festas, pregar cartazes e comer feijoada (uma comida típica daqui) nas periferias, para agradar seus súditos. É que aqui eles inventaram uma tal de democracia que na verdade quem tem mais “ouro” é que acaba levando a melhor. É sério, Majestade. Conto isso porque já pude conversar com esse povo que nos recebeu muito bem.
Preciso desligar, meu Rei. Estou aqui no Porto e o pessoal aqui tá todo me esperando para embarcar umas lembranças que compramos para o Senhor...
É... Quando aparece trabalho, todo mundo fica contente. O que falta é oportunidade para essa gente. Santana é uma terra muito rica, Majestade. Espero que os caciques que disputam o comando do governo sejam sinceros e honestos com esse povo. Espero, na verdade, que o atual cacique tome vergonha na cara e melhore a vida dessa gente. Um abraço!

Nenhum comentário:

Postar um comentário